quarta-feira, julho 22, 2009

Por que os poderes da polícia baiana insistem em negar a violência?

Sobre cegos e cegueira
 
 

 
 
Ex-chefe da Polícia Civil da Bahia, o delegado Valdir Gomes Barbosa enviou artigo ao À Queima Roupa, comentando a desastrada entrevista do secretário de Segurança Pública da Bahia, delegado federal César Nunes, ao Bom dia Brasil da Rede Globo, no dia 10 deste mês (é, gente, o assunto ainda rende!).

Numa análise que vai do crítico ao poético, Barbosa fala da cegueira que parece ter acometido a cúpula da polícia baiana. Algo bem próximo da epidemia que arrasa a cidade fictícia da obra do escritor José Saramago, no seu premiadíssimo Ensaio sobre a Cegueira (Companhia das Letras, 1995).

'(...) Apesar de tudo o que se tem divulgado, dia após dia, com relação à ousadia dos traficantes aterrorizando a população, desafiando o poder público, matando policias civis, militares e federais nos redutos que entendem lhes pertencer, a despeito das matérias expondo as continuadas chacinas nos diversos cantos de Salvador, pela disputa nos pontos de tráfico, após os relatos contundentes dos entrevistados referidos, aos olhos e ouvidos estupefatos dos jornalistas entrevistadores, dos baianos que não estão e não são cegos e da nação inteira, (o secretário) estufa o peito e diz que todo o noticiado é uma falácia, que não existe toque de recolher nos redutos dos criminosos de Salvador', comenta Barbosa.

'Pelo visto, a cegueira do secretário está contaminando a instituição policial inteira que, da maneira como se coloca, nada sabe e nada vê.

Confira o artigo na íntegra através do blog A queima roupa
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Num país em que as instituições estão cada vez mais desgastadas, onde escândalos se acumulam uns sobre os outros, há que se pretender uma cegueira coletiva, aliás, a idéia deve ser a de que não se veja, não se ouça, não se sinta, para que não se fale, não se exija o que de direito.

 
          Sobre cegos e cegueira…
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pois é, em terra de cegos os criminosos encontram a impunidade e espalham o terror.