Cientistas mapearam o genoma da bactéria Pseudomonas aeruginosa, a maior até então, o que pode conduzir a novos tratamentos para pacientes com fibrose cística, queimaduras severas e outras infecções pela bactéria. As descobertas foram publicadas hoje, 31 de agosto, na revista Nature. Um grupo de pesquisadores do Centro Genoma e Corporação Patogênica da Universidade de Washington colaboraram no projeto.
Esta bactéria é a fonte mais comum de infecções pulmonares crônicas e fatais entre aqueles com fibrose cística e também pode ser perigosa àqueles com queimaduras e a pacientes com câncer. Também pode ser danosa para pessoas em pulmões artificiais ou que necessitem de catéteres.
A bactéria tem a capacidade marcante de se adaptar a diferentes ambientes e viver mesmo quando seus nutrientes estão presentes em quantidades limitadas. Em pulmões de pacientes com fibrose cística, a bactéria desenvolve uma camada externa protetora que funciona como um escudo contra os antibióticos e contra as defesas naturais do corpo.
Maynard V. Olson, Ph.D., autor principal do estudo, explica: "Agora utilizaremos as informações do seqüenciamento do genoma em uma tentativa de definir os mecanismos moleculares da infecção pela P. aeruginosa. Queremos descobrir quais genes são necessários à sobrevivência no hospedeiro humano e quais são necessários à resistência aos medicamentos".
A P. aeruginosa é a maior das 25 bactérias seqüenciadas até então. Em segundo lugar, tem-se a Escherichia coli, ou E. coli, com 4,6 milhões de pares de base e cerca de 4200 genes. Diferentemente, a P. aeruginosa possui 6 milhões de pares de base e cerca de 5500 genes. Estudos prévios sugerem que o número elevado dos genes da P. aeruginosa permite que ela se adapte e sobreviva em diferentes ambientes, enquanto a maioria das bactérias vive em pequenos nichos. Os desinfetantes típicos não são efetivos contra esta bactéria. "Identificamos as funções da P. aeruginosa que não conhecíamos previamente, o que nos leva a novos caminhos para a criação de medicamentos para infecções pulmonares sérias causadas por esta bactéria", diz C. Kendall Stover, Ph.D., que conduziu o grupo de pesquisa.
O Centro Genoma da Universidade de Washington seqüenciou a bactéria com base em um organismo P. aeruginosa em particular, ou um isolado, padrão de laboratórios. O centro está, agora, examinando, as variações que ocorrem quando o organismo é retirado de pacientes. Os cientistas procuram saber não apenas como as bactérias diferem de paciente para paciente, mas também o que acontece ao organismo dentro do corpo. A P. aeruginosa é difícil de ser superada com antibióticos mesmo em pacientes com infecções recentes.