Ninho de ave em extinção é encontrado na Floresta Nacional de Carajás
Filhote de gavião real é branco e tem cerca de sete meses, diz pesquisador
Belém, PA - Biólogos encontraram, na Floresta Nacional de Carajás (PA), uma raridade: um ninho de gavião real, ave também chamada de harpia.
O filhote de harpia é branco e tem cerca de sete meses. 'Ele pode criar um filhote a cada três anos, e esse filhote ainda fica mais um ano no ninho, com os pais cuidando dele', diz Frederico Drumont, chefe da Floresta Nacional de Carajás. O gavião real está praticamente extinto em quase todo o Brasil.
O ninho encontrado pelos biólogos foi construído na copa de uma castanheira de 35 metros de altura. 'De lá, a ave consegue ver todo o ambiente ao seu redor e sair do ninho com facilidade', explica a bióloga Raquel Narques.
A harpia chega a medir um metro de altura e dois metros de envergadura, com as asas abertas. Graças às suas enormes garras, ela é capaz de capturar macacos e preguiças nas copas das árvores, em pleno voo.
O filhote de gavião real foi descoberto por um grupo de australianos que veio ao Brasil para observar pássaros.
Os pesquisadores pretendem, a partir de agora, visitar o ninho com mais frequência. A idéia é também monitorar a ave via satélite, mas para isso é preciso comprar um equipamento que é importado e custa caro.
Segundo o chefe da reserva, o esforço para preservar uma das aves mais imponentes do Brasil vale a pena. 'Se o leão é o rei da selva africana, a harpia é a rainha da floresta amazônica', afirma Drumont.