Justiça pelas próprias mãos
Passou despercebida no noticiário a informação vinda do pequeno município de Wanderley, no oeste da Bahia. Na madrugada de domingo, cerca de 30 moradores da cidade invadiram uma delegacia e mataram um dos presos. Além disso, sete armas foram roubadas dos policiais.
Os linchadores estavam revoltados por saber que estava preso na delegacia um acusado de matar um morador ilustre da região. De "justiceiros" com as próprias mãos passaram ao papel de carrascos num tribunal sem julgamento: feriram outro prisioneiro e os demais detentos só escaparam porque conseguiram fugir da delegacia. Não há qualquer surpresa nesse linchamento. A Bahia, infelizmente, tem tradição em episódios do gênero. O surpreendente é que não ocorram mais casos de justiçamento após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de mandar soltar diversos presos que já estavam condenados, inclusive por crimes graves como estupro.
Os ministros do STF que ordenaram a libertação desses réus argumentam que eles ainda têm recursos contrários à sentença tramitando. E no Brasil só é culpado quem é condenado até a última instância. Correto. Mas será que dois juízes que condenaram estes réus, o de primeiro grau e o desembargador, estão tão enganados assim?
Se eles viram bons motivos para manter o suspeito preso, cabe a alguém de Brasília, que não ouviu as testemunhas de acusação, aceitar que os réus voltem às ruas dessa maneira? Poder, a gente já viu que os ministros do STF podem. É legítimo. Mas será bom senso?
Do Zero Hora
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Ovelhas por Decreto |
Escrito por Prof. Bene Barbosa | ||
A crônica chamada "Ovelhas, Lobos e Cães Pastores" de autoria do Ten. Cel. Dave Grossman, publicada na edição nº VII desta revista, deve ser lida e relida por todos aqueles que de alguma forma estão envolvidos na questão da segurança pública em nosso país, que cada vez mais parece negar a necessidade do uso da força no combate à criminalidade crescente em nossa sociedade.
Esse tipo de lei embora muitas vezes pareça benéfica aos olhos da sociedade, só acaba protegendo os lobos, e como já foi escrito "quem protege os lobos, mata as ovelhas". Usemos como exemplo a mais nova instrução adotada pela policia militar do Rio de Janeiro, onde qualquer disparo de arma de fogo efetuada pelo policial, automaticamente será investigada pela corregedoria daquela instituição. Com toda certeza isso inibirá automaticamente a ação policial pois nenhum bom policial quer ter o seu nome investigado. |